Empreender no Brasil não é tarefa fácil. Além dos desafios inerentes à atividade empresarial, como mercados cada vez mais competitivos, escassez de mão de obra qualificada, dentre outros, há ainda um dificultador: os impostos.
No Brasil, a carga tributária pode levar mais de 30% do valor gerado de receitas. E este não é o único problema: dada a complexidade das regras fiscais, toda a estrutura de tecnologia e recursos humanos que as empresas precisam montar para lidar com a burocracia fiscal pode consumir cerca de 1,5% do seu faturamento anual.
No final das contas, de forma direta ou indireta, os impostos afetam e muito os custos das empresas e a competitividade. Por isso, é fundamental conhecer os detalhes dos tributos a pagar sobre produtos, serviços ou direitos negociados, e considerar essas informações na formação de preços.
Neste artigo, vamos analisar como os impostos impactam custos e preços, apresentar alternativas para alcançar uma tributação menos onerosa e demonstrar o poder dos dados para garantir uma gestão de impostos inteligente. Confira!
Os impostos no Brasil
Não é novidade para empresários que o Brasil tem um sistema tributário complexo. É enorme a quantidade de regras fiscais a serem acompanhadas (46 novas regras por dia útil). A legislação é extensa e de difícil interpretação.
Se por um lado a missão de acessar, organizar e, principalmente, de interpretar os dados fiscais tende a ser penosa e complicada, por outro lado, ela é imprescindível para a composição de custos e formação de preços de venda. Em última instância, saber quanto se paga de impostos vai impactar a competitividade das organizações.
É preciso entender a carga tributária de um produto ou serviço para identificar não apenas os tributos incidentes sobre sua receita, mas também o custo embutido nos recursos consumidos para que a receita seja gerada.
Em uma operação de venda de um produto ou serviço, acumulam-se impostos e contribuições, como: ISSQN, ICMS, ICMS-ST (substituição tributária), IPI, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, dentre outros.
Cada um desses impostos devem ser apurados de acordo com sua legislação específica, regras e especificidades. Por exemplo, o ISSQN é um imposto municipal e suas regras variam de acordo com o município. O mesmo vale para o ICMS: as alíquotas, regras de recolhimento e benefícios fiscais variam de estado para estado.
Alguns tributos, por sua vez, são apurados pela não-cumulatividade. Sendo assim, não basta apurar o valor pela operação de saída: é necessário analisar também os valores recuperáveis nas aquisições.
Só que tudo no universo tributário, desde a linguagem até os códigos, parece ter sido pensado para que apenas poucas pessoas sejam capazes de compreender. Então, como identificar o impacto real dos impostos nos custos da empresa e, consequentemente, na formação de preços? Trouxemos, a seguir, algumas reflexões para ajudar nessa tarefa.
Por que considerar impostos na formação de preços?
Os impostos e o custo tributário de sua empresa estão intimamente relacionados à competitividade do seu produto, e por isso devem ser estrategicamente analisados e geridos.
Se sua empresa tem uma carga tributária na venda maior do que um concorrente, ou seu produto será mais caro e, portanto, menos competitivo, ou sua margem de lucro será menor. No final das contas, ou você ou o seu cliente pagarão mais impostos do que seu concorrente.
Então, diante desse cenário, imagine que os players do mercado no qual sua empresa atua desejam ter o mesmo retorno sobre o investimento, por exemplo, uma margem de lucro de 20%. Qual vai ter o menor preço? Provavelmente, aquela que consegue ter um custo tributário menor.
Por quê?
Existem técnicas de formação de preço “top-down”. Mas, via de regra, para que a empresa consiga atingir a margem de lucro desejada, utiliza-se a técnica “bottom-top”, ou seja: primeiro você identifica os custos do produto e as despesas com os serviços necessários para vender o produto e para administrar a operação, soma a isso os tributos e, por fim, a margem de lucro desejada, sobre a qual incidirá o Imposto de Renda. Com a receita das vendas, você paga o juro de financiamento do negócio e o que sobra é o retorno do investimento, ou o lucro líquido.
Assim, vamos supor que você atua em um mercado cujo retorno médio esperado seja de 15% líquidos sobre o total do ativo anual. Nesse caso, você vai buscar uma margem de contribuição que, depois de tirar as despesas, os impostos e todos os outros gastos, sobre os 15%.
Se você, então, tem a capacidade de gerir melhor as despesas de impostos que afetam a receita a partir de uma gestão estratégica de impostos, você melhora o resultado final – reduzindo a carga tributária. Assim, pode optar por uma das estratégias:
- Manter o preço igual ao do concorrente; como a empresa vai pagar menos impostos, o resultado vai ser maior e isso vai se refletir em uma melhoria no fluxo de caixa. Significa mais dinheiro para investir no negócio e crescer.
- Reduzir o preço, entregando para o cliente a redução que conseguiu no preço sobre vendas. Neste caso, a tendência é que suas vendas aumentem.
Fazer uma gestão estratégica de tributos significa considerar a área de impostos como um núcleo fundamental do negócio, administrando os processos internos e externos que influenciam a carga tributária da empresa.
Assim, a área fiscal passa a funcionar como elemento essencial da gestão estratégica dos negócios, com atribuições que impactam diretamente não só na formação de preços de venda, mas nos resultados e na competitividade da empresa.
Leia mais sobre o impacto da gestão estratégica de tributos nos negócios.
Como administrar os impostos que impactam a formação de preços?
A resposta para essa pergunta não é tão simples. É preciso considerar inúmeras variáveis que impactam no custo tributário, como o regime tributário, os impostos incidentes sobre as operações e as vendas, os estados onde a empresa opera, o perfil do cliente final, dentre outras.
Existem estratégias que podem ser usadas para fazer variar a carga tributária da venda. Elas vão impactar na formação do preço:
- Regime tributário (Lucro Real, Lucro Presumido, Simples Nacional, por exemplo);
- Estrutura societária da empresa;
- Modelo de distribuição dentro da mesma entidade legal (você pode ter uma indústria que importa, revende, dá manutenção e entrega para o cliente final, ou uma indústria que importa e revende para vários pequenos distribuidores, que vão entregar para o cliente final, por exemplo);
- Atividade econômica do cliente (se é, por exemplo, atacado, indústria ou consumidor final);
- Incentivos e benefícios fiscais que, por sua vez, dependem do estado em que você e o seu cliente estão.
É importante compreender se seu cliente irá se recuperar do imposto cobrado na nota fiscal ou não. Consumidores finais (pessoas físicas, empresas ou demais entidades) não aproveitam os impostos cobrados no preço. Empresas contribuintes do ICMS podem se aproveitar integralmente, mas alguns regimes especiais podem impactar no valor a ser recuperado parcial ou integralmente. Conhecer a realidade do seu cliente pode ser decisivo na formação do seu preço e no sucesso de sua estratégia comercial.
Na prática, muitas empresas ignoram completamente os tributos na hora de formar o preço. Utilizam uma alíquota média para todos os produtos, sem diferenciar os regimes tributários de cada produto, ou se há substituição tributária ou incidência monofásica de ICMS, por exemplo. Isso ocorre com bastante frequência principalmente em empresas de varejo (principalmente no varejo eletrônico – e-commerce), mas indústrias e atacadistas também podem aumentar suas vendas e resultados se investirem tempo, recursos e tecnologia nesse tema.
A importância de dados para a área fiscal e para os negócios é consenso. Mas, para grande parte das empresas, ainda é difícil implementar uma gestão de impostos baseada em dados. Este artigo disserta sobre os desafios de implementar uma gestão data-driven.
Redução de custo tributário e formação de preços: como a Nutax pode ajudar você nessa jornada?
A Nutax tem know-how e experiência para ajudar você a melhorar o seu processo de gestão da carga tributária no processo de vendas, por meio de duas soluções:
Taxboard
O Taxboard é um Software as a Service (SaaS) cujo objetivo é ingerir, organizar e transformar dados fiscais em informações relevantes, que possam gerar insights aplicáveis e orientar a tomada de decisões de negócio nas companhias, em busca da melhor carga tributária e do compliance ideal.
Funciona como um big data fiscal: usando um grande volume de dados fiscais gerados pela própria empresa, a partir da emissão e recebimento de notas fiscais de entrada e saída e obrigações acessórias, a plataforma traduz a complexidade das regras da legislação tributária em indicadores numéricos. Assim, viabiliza o seu uso pelas diversas áreas da empresa, possibilita a análise das operações que influenciam a carga tributária do negócio e conduz as equipes na jornada de melhoria contínua de resultados.
O Taxboard organiza visualmente os dados, demonstrando e expondo a carga tributária sobre a venda, de forma que um analista ou um especialista de negócio seja capaz de identificar oportunidades ou distorções nas informações relacionadas a impostos.
Nutax Performance
Trata-se de um trabalho de consultoria especializada. Nos debruçamos sobre os dados e analisamos a estrutura societária, os canais de distribuição, a carga tributária da venda, os benefícios fiscais para propor soluções aderentes e efetivas.
Extraímos, tratamos e processamos dados fiscais, que são analisados por nossa equipe de experts com base em indicadores de performance e benchmarks. Usamos tecnologia e muito conhecimento para analisar dados e gerar benefícios diretos e oportunidades de melhoria.
É o serviço mais rápido e completo do mercado de revisão de apurações e pagamentos, para encontrar ganhos, prevenir riscos e conhecer o potencial dos dados fiscais.
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