Vivemos em um contexto de grandes e significativas transformações. A transitoriedade, criada por essas mudanças aceleradas, tem conduzido as empresas a posturas menos burocráticas, gerando novas tendências de gerenciamento e interação dentro das organizações, como empresas menos centralizadas e mais horizontais. Afinal, as organizações, mais do que nunca, precisam ser adaptativas para sobreviverem num mercado tão competitivo e dinâmico. A capacidade de trabalhar com equipes versáteis, a agilidade em responder às mudanças e a flexibilidade tornaram-se condições essenciais para a busca de eficiência.

Neste contexto, é fundamental que as empresas não só se mantenham atentas às tendências e conheçam suas forças e diferenciais competitivos, mas especialmente que saibam se adaptar, adotando uma gestão estratégica que considere possíveis cenários para tomar decisões.

Por isso, o Planejamento Estratégico está entre algumas das mais importantes ferramentas de gestão. É por meio dele que as empresas conseguem mapear o ambiente de negócios, projetar cenários, engajar pessoas e direcionar os esforços das equipes, para promover adaptação contínua e produzir inovação.

Bom, até aqui, nada de novo! A grande questão é: quais áreas têm sido contempladas pelo Planejamento Estratégico da sua organização, além daquelas que são consideradas chave para o negócio? E mais: sua empresa considera IMPOSTOS no Planejamento Estratégico? 

A área fiscal é estratégica para os negócios

O Planejamento Estratégico encoraja a administração a pensar sistematicamente no que está acontecendo e no que acontecerá, e a induz a definir melhor seus objetivos e políticas, promovendo a eficiência na coordenação dos esforços de toda a organização, além de tornar os padrões de desempenho mais claros para controle e melhorias. Assim, a empresa se prepara melhor para as mudanças no mercado e eventualidades que possam surgir. Então, por que não incluir a gestão de tributos nesse processo?

Partindo da premissa de que a tributação do negócio e de suas operações impacta lucro e fluxo de caixa, a inclusão da variável IMPOSTOS no Planejamento Estratégico e na tomada de decisões é imprescindível para alcançar objetivos e conduzir a organização no caminho de sua missão. 

Quando falamos em incluir impostos no Planejamento Estratégico, não estamos falando do tradicional Planejamento Tributário. Muitas organizações perdem tempo excessivo e energia intelectual preciosa tentando planejar tributos, mas a maioria desses esforços tem pouca ligação com o sucesso dos negócios. 

Estamos considerando aqui o Planejamento Estratégico Tributário, que inclui a adoção de novas formas de pensar e planejar o futuro da empresa considerando impostos, com um plano desenhado para tornar a organização mais ágil e adaptativa para aproveitar oportunidades de ganhos ou reduzir riscos de perdas e prejuízos.

Planejamento Estratégico e Gestão Estratégica de Tributos

Gerir impostos estrategicamente significa alinhar a gestão de tributos ao Planejamento Estratégico, ou seja, compreender e administrar todos os processos que influenciam a carga tributária da empresa de forma indissociada de outros aspectos do negócio, para otimizar resultados. 

Pergunte-se: como os processos de negócio podem contribuir para os resultados de impostos? E como os processos de impostos devem ser conduzidos para potencializar os resultados do negócio?

A gestão estratégica de tributos deve considerar todos os eventos econômicos e financeiros da empresa, suas operações e resultados, para que a tomada de decisões relacionadas a impostos seja feita de forma sistêmica, com base em dados e mirando objetivos alcançáveis e mensuráveis. Assim, a área fiscal passa a funcionar como elemento essencial da gestão estratégica dos negócios, com atribuições que impactam diretamente nos resultados da empresa.

Por sua vez, o Planejamento Estratégico Tributário deve contemplar um profundo conhecimento do negócio e de seus objetivos para:

• Definir o regime de tributação adequado;
• Estabelecer metas para a gestão de impostos;
• Definir a relação entre a área tributária e as demais áreas como vendas, compras, logística, etc.;
• Analisar e aplicar regimes especiais e incentivos fiscais aplicáveis;
• Identificar possibilidades de redução da carga tributária.

Além disso, os processos de negócio que impactam na tributação devem ser devidamente mapeados e alinhados com a área de tax, para garantir consistência e eficiência. Áreas chave do negócio que geram impacto na carga tributária devem compartilhar metas para que os interesses sejam convergentes. Por exemplo: uma área de Suprimentos com metas de impostos pode fazer com que os executivos passem a considerar os tributos em suas ações de forma que resultem na menor carga e no melhor resultado. 

Fazer um Planejamento Estratégico Tributário e gerir impostos estrategicamente ainda é um desafio

A complexidade das regras fiscais do Brasil dificultam a gestão de dados fiscais e o planejamento futuro, além de tornar o processo cada vez mais dependente da tecnologia.  Sem recursos tecnológicos, como softwares para apuração e pagamento de impostos, sistemas integrados de gestão e BI e outros programas, torna-se impossível conduzir uma gestão estratégica de impostos que seja ágil, eficiente e confiável. 

Além disso, considerar impostos no Planejamento Estratégico e fazer uma gestão estratégica de tributos depende de uma mudança de mentalidade em toda a organização, o que é um grande desafio. Afinal, é necessário não só promover treinamentos, mas buscar formas de neutralizar a resistência das pessoas às mudanças e promover uma cultura data-driven.

Por outro lado, quando se empodera o time de Gestão de Impostos com tecnologia, dados e conhecimento, o resultado pode ser extraordinário! Este é o caminho para se obter a melhor performance, a menor carga tributária e o compliance ideal. 

Quer se aprofundar no tema? Leia o artigo que preparamos sobre Gestão Estratégica de Tributos.

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