competências do profissional de impostos

10 habilidades fundamentais que todo analista de impostos precisa desenvolver na era da Economia Digital!

5 de novembro de 2020

Conhecimento e interesse genuíno na gestão de impostos nunca são demais.

Pensando nisso, reunimos de forma prática e objetiva um set de competências que vai te ajudar a entender quais habilidades você já têm e quais são aquelas em que você ainda precisa investir

 

O que preciso aprender para ser um analista de impostos?

Perguntas como estas são comuns no dia a dia de quem quer se dedicar a área impostos, ou até mesmo, para quem deseja recrutar o perfil ideal para uma posição desafiadora.

A verdade é que, a gestão de impostos em uma empresa pode significar ser responsável por, muitas vezes, 30% ou mais de toda a riqueza que o negócio gera. E por esse motivo, o papel do analista de impostos dentro das empresas pode representar uma atividade de alta responsabilidade e complexidade.

O profissional de gestão de impostos precisa investir, portanto, no desenvolvimento de competências técnicas que vão muito além do que nos ensinam nas faculdades de Contabilidade, Direito, Economia ou qualquer outra.

Nesse ponto, é legal já esclarecer que isso vale tanto para quem executa funções de gestão da rotina, quanto para quem trabalha com projetos ou funções estratégicas.

Então, para você que trabalha com as rotinas de apuração, tratamento de notas fiscais, ou geração de obrigações acessórias, ou para você que atua no planejamento estratégico e no suporte às áreas de negócio em decisões de alta complexidade, vamos falar aqui de um set de competências que acreditamos que devem ser perseguidas por todos os profissionais que atuam na gestão de impostos, de maneira geral.

Vamos tratar aqui dessa lista com algumas das 10 principais habilidades (mas não todas) que encontramos nos profissionais mais bem sucedidos que tivemos a oportunidade de conhecer nas mais de 100 empresas que já atendemos em nossa trajetória.

 

São elas:

  • Direito e Legislação Tributária
  • Contabilidade
  • Análise de Demonstrações Financeiras
  • Tecnologia e SPED
  • Análise de Dados e Resolução de Problemas
  • Processos Corporativos
  • Gestão de Projetos
  • Design e Customer Centricity
  • Fiscalização e Processo Administrativo Fiscal
  • Processo legislativo e relacionamento com autoridades

Alguns segmentos de negócio e algumas funções específicas podem demandar outros skills além dos que trazemos aqui.

 

Além disso, para a grande maioria dos papéis desempenhados, não se espera que um profissional seja o expert em todas as competências mas sim que:

1. ele esteja disposto a se desenvolver na maioria delas;

2. conheça as competências que não possui e, portanto, aquelas em que precisará de ajuda para atingir seus objetivos.

Neste momento não estamos falando sobre as competências comportamentais de um profissional de gestão de impostos – esse tema ficará para um próximo post. Mas já adiantamos que as competências comportamentais são tão importantes quanto (ou mais importante do que) as técnicas, de que falamos aqui.

 

Então, vamos às competências:

 

1. Direito e legislação tributária

A gestão de impostos nada mais é do que a administração da parcela que o governo exige para que uma empresa atue em um país. As empresas geram riqueza e o Estado fica com uma parte dela.

A maneira pela qual o Estado faz isso está prevista nas normas de Direito Tributário, que podem ser desde artigos da Constituição Federal até o manual de preenchimento de uma declaração de compensação.

A hierarquia das normas, os órgãos que têm competência para aplicá-las e o seu processo de aplicação são conhecimentos fundamentais para qualquer profissional de gestão de impostos. E aqui incluímos também sobre as principais regras que regulam o processo contencioso, nas suas esferas administrativa e judicial.

 

2. Contabilidade

É fundamental para o analista de impostos conhecer minimamente os principais conceitos e práticas contábeis. Quem é bom mesmo, geralmente, conhece muito!

Isso por, pelo menos, dois bons motivos:

– As bases de cálculo e apuração dos tributos usam, via de regra, conceitos contábeis como: lucro, receitas, custos e despesas.

– A boa gestão demanda um processo de contabilização e conciliação periódica dos saldos contábeis dos impostos a serem pagos ou recuperados.

 

3. Análise de Demonstrações Financeiras

A análise das DF’s usa os relatórios produzidos pela contabilidade para comparar os resultados da empresa com períodos anteriores, contra um planejamento estratégico, ou, ainda, para comparar seus indicadores de performance com outras empresas do seu segmento ou outros modelos de negócio que endereçam problemas semelhantes.

Essas análises comparativas são o primeiro passo para a definição de hipóteses de ações que possam resultar em uma melhoria de performance da gestão tributária de uma empresa.

A reconciliação da alíquota efetiva de IRPJ/CSLL e os impostos gerados conforme a DVA são partes de relatórios contábeis padronizados, que juntos com outros indicadores, como o saldo de Impostos a Recuperar, podem gerar insights valiosos sobre como gerar mais resultados.

 

4. Tecnologia e SPED

Especialmente no Brasil, a apuração e o recolhimento dos impostos é 100% realizada por meio de arquivos complexos gerados, via de regra por ERPs e softwares fiscais que demandam investimento alto e uma arquitetura de interfaces e conexões complexas.

Os arquivos do SPED (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e dos documentos fiscais eletrônicos carregam dados valiosos relativos às operações das empresas, que permitem análises relevantes para a tomada de decisões.

Conhecer, ainda que superficialmente, esse ambiente é fundamental para que o profissional de tax saiba priorizar projetos e se relacionar com o Governo e com fornecedores de softwares para garantir o pagamento correto dos impostos. É fundamental construir um processo de Gestão de Impostos que aproveite as vantagens das tecnologias disruptivas em benefício do negócio.

 

5. Análise de Dados e resolução de problemas

A gestão de impostos é uma função corporativa que se sustenta 100% com base em dados. As transações das empresas são capturadas e tributadas conforme cada natureza, local, destino, emissor e destinatário.

Conhecer os conceitos básicos de análise de dados e resolução de problemas são essenciais para os gestores/analistas possam entender os principais fenômenos que resultam na performance fiscal de um negócio, definir metas e executá-las.

Assim, saber o que é uma média, uma mediana, analisar um gráfico de Paretto ou uma espinha de peixe, são competências fundamentais para se priorizar problemas e buscar soluções.

 

6. Noções básicas de processos corporativos

Dado que o processo de apuração de impostos é fruto dos processos da empresa, de compras, vendas, entrega, prestação de serviços e etc, é fundamental que o analista de impostos conheça minimamente como funciona uma empresa.

A distribuição dos papéis e responsabilidades, a arquitetura básica do sistema ERP utilizado, os principais processos de vendas, compras, logística, e os principais desafios operacionais e financeiros de uma empresa são conhecimentos muito importantes para que os processos fiscais possam atender ao negócio de forma a proporcionar a maior eficiência, respeitando as exigências da legislação.

 

7. Gestão de Projetos

A equipe de gestão de impostos é frequentemente desafiada com novas obrigações fiscais ou com a oportunidade de conduzir projetos de reestruturação societária e operacional para buscar uma carga tributária menor.

Por isso, é fundamental que o analista de impostos tenha conhecimento dos conceitos básicos de gestão de projetos, tanto no modelo PMBOK quanto – e principalmente – do modelo de gestão Ágil de Projetos. Esse conhecimento será importante para que a equipe se envolva corretamente nos projetos corporativos ou para que ela própria lidere projetos que evolvam outras áreas da empresa e fornecedores externos.

 

8. Design e Customer Centricity

No mundo do empreendedorismo, poucos assuntos são tão chatos e complexos quanto a gestão de impostos. É realmente muito difícil para leigos (e aqui podemos incluir o CEO, do Diretor de Vendas, Suprimentos, Acionistas, etc) compreenderem as regras fiscais e, principalmente, visualizarem o impacto financeiro e operacional dos impostos sobre o negócio.

Por isso, o exercício da empatia, patrocinado pelo design e potencializado pelo império da experiência do usuário devem ser encarados como ferramentas chave para que a equipe de impostos possa atender às áreas de negócio. A busca por proporcionar processos intuitivos e simples pode tornar áreas fiscais muito mais eficientes e eficazes.

 

9. Fiscalização e Processo Administrativo Fiscal

Parte do processo de apuração de impostos é o atendimento à fiscalização. Por isso, é fundamental que o profissional de tax conheça os limites do processo da fiscalização e os direitos das autoridades fiscais. É importante também que o profissional saiba que um bom atendimento a uma fiscalização pode significar um menor passivo fiscal para a empresa.

Assim, conhecer as principais etapas do processo administrativo fiscal é dever de casa importante para todos que lidam de alguma forma com a gestão de impostos.

 

10. Processo legislativos e relacionamento com autoridades

Por fim, e não menos importante: são os governantes e legisladores que definem como nosso negócio será tributado.

Portanto, é muito importante que os profissionais de impostos conheçam minimamente o processo legislativo, e principalmente, que atuem próximos a esses poderes, para que as autoridades conheçam a realidade do negócio e possam pensar em normas que atendam às necessidades do Estado, causando sempre o menor custo para o negócio.

Um relacionamento íntegro entre profissionais das empresas e do setor público pode resultar em um ambiente mais favorável aos negócios, que leva a uma arrecadação maior, e um consequente benefício maior para a sociedade de forma geral.

 

Nossa, mas eu preciso realmente saber tudo isso?

Não se espera, realmente, que um analista de impostos seja um expert em Logística ou que seja capaz de dar uma aula sobre Estatística, mas nossa experiência mostra que os profissionais mais bem sucedidos são aqueles se dedicam genuinamente a conhecer sempre um pouco mais sobre esses 10 temas citados.
Sempre que conhecemos um profissional que se destaca e que entrega resultados excepcionais, via de regra, além de ser apaixonado por tributação, é um entusiasta das demais áreas de conhecimento de que falamos.

Nossa dica é: não tenha pressa! Planeje sua jornada e acesse o conteúdo gratuito que está disponível na internet.

E se precisar de qualquer ajuda, não deixe de falar com a gente!

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